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quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Caixa não deve elevar juros para classe média, afirma novo presidente da instituição

Caixa não deve elevar juros para classe média, afirma novo presidente da instituição
Polêmica foi desfeita nesta terça-feira



O novo presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, descartou nesta terça-feira (8) eventual elevação nas taxas de juro imobiliário voltadas à classe média. A declaração ocorreu após Guimarães ter provocado repercussão, na segunda-feira, ao dizer que as linhas endereçadas a essa parcela da sociedade seguirão níveis praticados no restante do mercado. Nesta terça-feira, o dirigente também voltou a frisar que as modalidades para a classe média ficarão em patamar acima daquelas vinculadas ao Minha Casa Minha Vida. O programa do governo federal engloba quem tem renda familiar de até R$ 7 mil.

"É óbvio que o juro para a classe média, que não é o do Minha Casa Minha Vida, por definição matemática, é maior", afirmou o novo presidente da Caixa.

Na prática, caso o banco confirme a sinalização de Guimarães, não provocará grandes mudanças aos consumidores, apontam analistas. A avaliação está ancorada no fato de a Caixa já oferecer linhas para a classe média em níveis similares àquelas de concorrentes privados. Em alguns casos, chegam a ser superiores às de outras instituições (confira no quadro abaixo).

"Houve momento em que a Caixa oferecia linhas bem mais baixas. Hoje, a situação não é mais a mesma. A nova direção da Caixa sinalizou que vai se preocupar mais com pessoas de renda menor", diz Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo de estudos e pesquisas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. 

Para o economista João Augusto Salles, da consultoria Lopes Filho & Associados, a postura de Guimarães está em linha com a promessa de atuação liberal do governo Jair Bolsonaro. Segundo o analista, não há espaço, no curto prazo, para o banco público elevar as modalidades de financiamento imobiliário para a classe média. Ao sustentar sua avaliação, Salles argumenta que a taxa Selic, que serve de referência para as demais no país, tende a seguir em nível inferior nos próximos meses. Hoje, o juro básico está em 6,5% ao ano, menor patamar já registrado no Brasil.

O nível das taxas de financiamento imobiliário dependerá muito do comportamento da Selic. E a tendência é de que o juro básico siga inalterado nos próximos meses. Presidente do Sindicato da Habitação do Estado (Secovi-RS), Moacyr Schukster projeta que, no primeiro semestre deste ano, tanto empresários do setor quanto consumidores tendem a apresentar "cautela", à espera das medidas que o governo federal anunciará para a economia

"O presidente da Caixa sinalizou que o financiamento imobiliário, pelo menos dentro da classe média, vai andar mais pelo mercado. Mas ainda é cedo para vaticinar qualquer efeito que isso poderá causar", diz Schukster.

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